A Operação Rosas de Aço, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), segue pelo terceiro ano consecutivo levando conscientização sobre importunação sexual em transportes coletivos. A presidente da Comissão de Direitos Humanos da PRF em Santa Catarina, Letícia Paiva, explica que a iniciativa busca alertar a população de que toques indesejados, conversas de conotação sexual e qualquer comportamento invasivo já configuram crime. Segundo a policial, esse tipo de violência muitas vezes ocorre sem testemunhas, tornando a palavra da vítima fundamental para a condenação do agressor.
Denúncia e mudança cultural são essenciais

A operação também tem o objetivo de quebrar antigas mentalidades sobre violência contra a mulher. Letícia destaca que é preciso superar frases como “em briga de marido e mulher não se mete a colher” e reforça que a sociedade deve intervir, denunciar e ajudar na punição dos agressores. “Agora estamos falando que sim, nós nos metemos, e vamos prender o agressor”, enfatiza. Além disso, a PRF orienta passageiros e testemunhas a fotografar, filmar e relatar casos suspeitos, pois esses registros podem ser usados como prova.
A luta pelo respeito continua
Letícia Paiva lamenta que, mesmo em 2025, ainda seja necessário reforçar que o corpo da mulher pertence a ela e que o respeito deve ser inquestionável. “Estamos explicando algo que não deveria precisar de explicação, mas seguimos nessa luta diária”, desabafa. Apesar dos desafios, ela acredita que o trabalho contínuo da PRF e de outras instituições ajudará a transformar essa realidade. “Vai chegar o dia em que nosso grito será ouvido e não precisaremos mais explicar o óbvio”, conclui.