Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Hipertensão, comemorado neste sábado (17), o programa Clube Comunidade da Rádio Clube de Canoinhas recebeu ao vivo o cardiologista Dr. Marcelo Allage, que explicou os riscos, sintomas e formas de prevenção da hipertensão arterial, doença que atinge cerca de 28% da população brasileira, segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia.
Durante a entrevista, Dr. Marcelo destacou que, na maioria das vezes, a hipertensão não apresenta sintomas. Embora sinais como dor de cabeça, tontura e vermelhidão no rosto possam estar ligados à pressão alta, o diagnóstico só é possível com medição regular da pressão arterial.
“A única forma de saber se temos pressão alta é aferindo. Não dá para esperar sentir alguma coisa”, alertou o médico.
Ele também explicou sobre o exame MAPA (Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial), que mede a pressão a cada 20 ou 30 minutos ao longo de 24 horas. O exame ajuda a evitar diagnósticos errados causados por ansiedade no consultório, o chamado “efeito jaleco branco”.
Diagnóstico deve começar na infância
Outro ponto levantado pelo cardiologista foi a importância de começar a medir a pressão desde cedo. A partir dos cinco anos, crianças já devem ter sua pressão verificada em consultas de rotina.
“Estima-se que de 3 a 5% das crianças e cerca de 10% dos adolescentes já têm hipertensão e não sabem”, disse.
Na vida adulta, o número chega a 25%, ou seja, um em cada quatro brasileiros tem pressão alta. O ideal é aferir a pressão pelo menos uma vez por ano.
Qual é a pressão normal?
Segundo o especialista, uma pressão considerada normal deve ser menor que 14 por 9. A meta ideal é manter em torno de 13 por 8,5, ou até menos em alguns casos.
No entanto, para idosos acima dos 85 anos, pressões mais altas podem ser toleradas para evitar quedas e acidentes.
Já em gestantes, é preciso atenção redobrada. A pré-eclâmpsia, quadro de pressão alta com inchaço e perda de proteínas pela urina, pode aparecer após a 20ª semana de gestação e exige medicação específica, como a metildopa, para evitar riscos ao bebê.

Prevenção é o melhor remédio
O médico reforçou que, apesar de ter origem genética em 90% dos casos, a hipertensão pode ser prevenida e controlada com hábitos saudáveis:
- Dieta com pouco sal e menos alimentos ultraprocessados
- Aumento no consumo de potássio, presente em frutas e vegetais
- Prática regular de exercícios físicos leves a moderados, como caminhada e bicicleta
- Controle do peso corporal
“Mesmo sendo hereditária, é um fator de risco modificável. Com remédio e mudança de hábitos, é possível viver bem”, concluiu Dr. Marcelo.