O percentual de famílias catarinenses com contas em atraso caiu de 23,7% para 21,8% ao longo de 2024, segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio SC). O estado contrariou a tendência nacional, onde a inadimplência subiu de 28,8% para 29,3% no mesmo período. Segundo a economista Edilene Cavalcanti, a redução reflete um comportamento mais cauteloso das famílias na gestão financeira, priorizando o pagamento de dívidas e evitando o acúmulo de contas em atraso.

Apesar do cenário positivo no estado, o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Felipe Tavares, alerta que 2025 pode ser um ano desafiador. “A inflação e o câmbio trouxeram surpresas negativas em 2024. Se os juros aumentarem ainda mais, a taxa Selic pode chegar a 15%, o que impactaria o mercado de trabalho e o custo de vida, afetando a capacidade das famílias de manterem suas contas em dia”, explica Tavares.

Além da queda na inadimplência, Santa Catarina também registrou redução no percentual de endividados, que passou de 80% para 74,6% ao longo do ano passado. Para Edilene Cavalcanti, isso não significa que as famílias deixaram de consumir, mas sim que estão administrando melhor os pagamentos. No Brasil, o endividamento afeta mais as famílias com renda de até três salários mínimos, sendo que 80% dessa parcela da população encerrou 2024 com algum tipo de dívida ativa.