Santa Catarina enfrenta um surto histórico de dengue em 2024, com números alarmantes que superam significativamente os registros do ano passado. Até a primeira metade deste ano, o estado contabilizou 506 mil notificações, 232 mil casos confirmados e 277 óbitos pela doença. Em comparação, 2023 registrou 98 mortes, o maior número até então. Os dados refletem um aumento significativo, com as notificações e confirmações de casos dobrando em relação ao ano anterior.
A bióloga Tarine Dalcim, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado, destacou que, apesar de uma recente queda no número de casos prováveis, os registros ainda são superiores aos do mesmo período do ano passado. Para prevenir a transmissão da dengue, a principal estratégia continua sendo a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor também do chikungunya e zika vírus. Uma importante ação preventiva foi a campanha de recolhimento de pneus realizada no primeiro semestre, que retirou 54 mil unidades, ou 686 toneladas de material, do meio ambiente, um recorde histórico para o programa “Penso Logo Destino”.
Outra medida em curso é a Operação Limpa Pátios, liderada pelo presidente do Detran catarinense, Kenneth Nunes. A operação visa remover veículos abandonados que possam servir como criadouros do mosquito. Até o momento, 22 mil carros foram removidos, com a previsão de iniciar a limpeza no sul do estado em breve. A iniciativa faz parte de um convênio com o Tribunal de Justiça para leiloar veículos sucateados e liberar espaços urbanos. Atualmente, 171 municípios catarinenses são considerados infestados pelo Aedes aegypti, com 46 mil focos identificados em 254 cidades neste ano.